SinopseOtávio (Octauus)
Publicado no fim do século II d.C., Octauius é provavelmente o primeiro texto cristão escrito em latim. Voltado para os habitantes da porção ocidental do Império Romano, sua proposta não é – como se poderia pensar num primeiro momento – apresentar Jesus aos romanos, falar de seus milagres e maravilhas; e muito menos de como um mero carpinteiro representaria o cumprimento das crenças e profecias judaicas em um messias libertador de seu povo. Isso porque nenhum desses argumentos faria muito sentido – se chegasse a fazê-lo – para aqueles cujo universo religioso está firmemente enraizado na mitologia e cultura greco-romanas, às quais hoje denominamos “clássicas”.
Seu autor, Marco Minúcio Félix, tinha como principal objetivo defender os praticantes da nova fé dos diversos ataques, realizados tanto pelos defensores do paganismo, quanto pelos que propunham seguir, como modelo de vida, os ensinamentos das grandes escolas filosóficas de então: o platonismo, o estoicismo e o epicurismo. Sua estratégia não poderia ser mais clara: mostrar as inconsistências dos mitos e como estes já estavam sendo superados por uma população cada vez mais afim à ideia de um deus único, qualquer que ele fosse; mostrar também os sofismas e falácias dos filósofos. Para isso, rebate não só tais ataques, mas também, e principalmente, aqueles produzidos pelos detratores mais acirrados, que criaram uma série de boatos e mentiras sobre as práticas “ocultas, clandestinas e sorrateiras” dos cristãos.
E é por isso que Octauius se tornou um valioso documento, não apenas para conhecermos como a fé cristã era vista pelos pagãos do Império e quais os discursos que se construíam à sua volta, mas porque, por seu intermédio, podemos perceber como tais discursos ainda hoje repercutem, mesmo se usados contra outros alvos.
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